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Lama

Karina Buhr

Anzol de metal rente a retina, franzina ainda a seiva do mal
Normal  se sentir segura com uma corrente dessa
O  ouro, a roda fortuna
O ouro, a roda fortuna
A duna, a lama do rio
Friazinha,  friazinha



Seresta,  dança e baile

Não faz quem não acredita

Paixão  pequena suscita

Nem frase nem oração

De ação em ação vive a besta

No fundo de cada um

De  ação em ação vive a besta

No fundo de cada um

Sem raiva padece nenhum

Ao vivos o que lhes resta

Um prego pregado na testa

Ou no pé como foi com Jesus

O mal se arrasta e não se aplica

A quem o pranto conduz



Lama friazinha, friazinha

E lembra a cara do menino

E lembra a cara do menino

E lembra a cara do menino

E lembra a cara do menino



Sem hino faz ode nenhuma

Em nenhum canto imagino

O pranto salgado que fica

É fita pendurada na memória

Quem canta tem saudade e história

E às vezes facilita a festa

Um brilho pra olhar na fresta

Na certa não tem quem lhe fale

Um brilho pra olhar na fresta

Na certa só tem quem lhe falhe

Nem no escuro nem na luz

Vale assalto ou trambique

Nem um cinto que se aperte

Nem castigo que se aplique

Assim fica estupefato

Fumado jogado na dúvida

Nem dívida bota em perigo

Nem mendigo sua canção

Nem mendigo sua canção

Requebra de dia brilhosa menina

Brinca à vera e sol a pino

Não sente saudosa o som do sino

Nem causa lembrança cortês

Da rima do amor da vez



E lembra a cara do menino

E lembra a cara do menino

E lembra a cara do menino

E lembra a cara do menino



Friazinha, friazinha

Friazinha, friazinha

Anzol de metal rente a retina, franzina ainda a seiva do mal

Normal se sentir segura com uma corrente dessa

O ouro, a roda fortuna

O ouro, a roda fortuna

A duna, a lama do rio

Friazinha, friazinha

Friazinha, friazinha

Artista: Karina Buhr



Mas tocadas

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