Oh Lisboa dona airosa
Que fizeste à Mouraria
Que anda triste e desgostosa
A soluçar noite e dia
Oh Lisboa dona airosa, Que fizeste à Mouraria
Coitada pobre velhinha
Decerto foste ofendida
Perdeste a graça que tinhas
Estás muito mais abatida
Perdeste a graça que tinhas, Estás muito mais abatida
Era esta a tua sina
Não te queixes de Lisboa
Querias ser sempre menina
Mas o tempo não perdoa
Querias ser sempre menina, Mas o tempo não perdoa
E numa prece singela
Pra que seu nome não mude
Fadistas rezai por ela
À Senhora da Saúde
Fadistas rezai por ela, À Senhora da Saúde
Mataram a Mouraria
E vai morrendo o passado
Mas ninguém pense algum dia
Que pode matar o fado
Mas ninguém pense algum dia, Que pode matar o fado
Hás-de passar a ser moderna
Ter mais cor mais fantasia
Sem deixares de ser eterna, Mouraria, Mouraria
Sem deixares de ser eterna, Mouraria, Mouraria